foto Billy - matéria ASCOM - Meninos do Lago

A Canoagem Slalom originou-se da necessidade dos atletas europeus de alguns esportes de neve buscarem alternativas para o período de verão.

A prática caiu no gosto da população europeia que atualmente detém aproximadamente 90% dos eventos do calendário internacional e um percentual, também aproximado, de 80% dos atletas federados participantes.

Nos últimos principais eventos internacionais (mundiais e Jogos Olímpicos), apenas a Austrália, China, Estados Unidos e Togo conseguiram quebrar a hegemonia dos atletas europeus nos locais mais altos dos pódios. Coincidentemente ou não, isso aconteceu com países que construíram canais artificiais para a prática desportiva, à exceção de Togo, onde o atleta medalhista de bronze em Pequim, embora tenha representado o país africano em virtude da dupla nacionalidade, mora na França e treina diariamente em canal artificial.

A Federação Internacional de Canoagem – FIC – tem dado enorme preferência para a realização de eventos em Canais Artificiais, onde existe o controle de água e o local fica sem muita interferência das intempéries, do que agendá-los para rios naturais como era a prática inicialmente e onde vários eventos acabaram sendo cancelados ora por falta de água, ora por excesso de água.

Foi exatamente nesse período de transição do rio para os canais que o Canadá, que era uma grande potência nessa modalidade, passou a não mais frequentar os pódios internacionais. A Federação Canadense acabou percebendo que a única solução para retornarem aos resultados positivos era a construção de um canal artificial ou a transferência de moradia de seus atletas para os Estados Unidos ou para a Europa.

A diferença técnica entre remar em rios naturais ou em qualquer canal artificial é muito grande. Nos rios o movimento da água é constante e previsível, totalmente ao contrário do que ocorre nos canais artificiais. A questão da preparação física também sofre uma enorme diferença, pois no canal a exigência muscular e de força é muito maior.

O mundo hoje possui cerca de 30 (trinta) canais artificiais ou semiartificiais para a prática desportiva, sendo que deste montante, apenas o Canal da Austrália, dos Emirados Árabes Unidos e o Canal Itaipu, em Foz do Iguaçu, que já foi considerado pela Federação Internacional de Canoagem como um dos 10 melhores do mundo, são as três únicas opções de treino no Hemisfério Sul, no período do rigoroso inverno que assola todo o Hemisfério Norte.

O Canal Itaipu atualmente, por conta do período da piracema, encontra-se fora das possibilidades de treinamentos desses principais atletas internacionais, os quais migram, via de regra, para a Austrália. Este intercâmbio técnico fantástico, possibilitou que a Austrália conquistasse, dentre vários outros resultados não menos importantes, a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres, na categoria K1F, com a atleta mais nova na história da canoagem slalom feminina, com apenas 18 anos de idade.

Nesse momento onde o Governo Federal juntamente a todas as Instituições desportivas no Brasil e de outros setores nacionais, promovem uma verdadeira revolução no sentimento patriótico da nação, envolvendo a todos na organização e na participação efetiva nos dois principais eventos do globo, que serão realizados em 2014 e 2016, essa questão técnica desportiva aparentemente não poderá ser menosprezada sob pena do Brasil não conseguir cumprir com suas metas pré-estabelecidas.

Obviamente que os resultados não podem ser clamados à qualquer custo, com absoluta certeza deverão estar sopesados aos valores ambientais. Não deve existir no mundo, nenhuma outra modalidade desportiva com maior visão ambiental aquática do que a canoagem. Em “Água Boa” ou “Água Limpa” se faz canoagem, independentemente se for em piscina, rios, mares oceanos e etc. O meio aquático é o local dos treinamentos e a sua margem é o escritório dos treinadores.

A Confederação Brasileira de Canoagem assim como a Federação Internacional de Canoagem claramente deixam estabelecidos em suas missões a preocupação ambiental e no momento que houver um estudo conclusivo que a prática desportiva da canoagem “impeça” a desova dos peixes, haverá a desestímulo internacional à prática desportiva nesses períodos migratórios.

CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE

O Canal Itaipu, onde são realizados os principais eventos e a maior parte dos treinamentos diários da Equipe Permanente de Canoagem Slalom, possui rampas de acesso em toda a sua extensão. Além disso, os banheiros são providos de condições especiais para o público na forma preconizada pelo art. 16, do Decreto 6.180/07.

Não bastassem essas ações, o projeto de base de Canoagem Slalom realizado em Foz do Iguaçu, sempre teve vagas para atletas em condições especiais, sendo o maior destaque o jovem Pablo Luan de Morais Schlikmann, destaque do Programa TOP 2016, do Governo do Paraná, na categoria Paracanoagem.